sábado, 28 de junho de 2008

Nas Savanas


Avestruzes


- Você viu?
- Não.
- Pôxa, perdeu?
- O que foi?
- A vida, os sonhos, os dias, o amor...
- Pô, como eram?
- Não sei, só os senti passar.
- Então você também não viu?
- Não, não vi.
- Por que não viu?
- Porque estou como você.


Alex Huche

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Rio Preto Divisa Rio de Janeiro-Minas gerais

Tocando em Frente

Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia todo mundo chora,
Um dia a gente chega, e no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
E ser feliz.

Composição: Almir Sater e Renato Teixeira



Jovem Pã...

Amor

Ah, o amor!
O amor possui várias cores,
com vários tamanhos,
despertando o desejo de todos.
Quem não o quer?
O amor vitima a todos
com suas setas ferinas.
No fundo, no fundo, o amor
é aveludado, suave,
deixa um doce sabor na alma,
tal e qual algodão doce,
restando, no fim,
apenas um vazio no céu da boca.

Alex Huche


quinta-feira, 19 de junho de 2008

Para mim

Tio Pã

Aquele que brinca de se esconder,
escondendo-se em si mesmo.
É o que se ferra com as malditas(amadas)
flechas de eros.
Aquele que observa o momento certo de agir,
enquanto age.
Aquele que como homem, caminha.
Não raramente, tropeça nas pernas de bode
e cai, tal qual a um menino que pede colo.
Que ao som de sua flauta percorre florestas
muitas vezes solitário.
Vai, continue a tocar!
Sua flauta não toca notas,
mas palavras que encantam.

Pamela

segunda-feira, 16 de junho de 2008

E na Arcádia...



Recomeço de Pã

Por milênios, Pã tocou em Siringe,
contra a sua vontade, belíssimas canções
que encantaram tantas mulheres por todo esse tempo.
Agora o Deus Sátiro se revoltou,
pois o que ele mais queria
era ser feliz e amado,
Por trás de toda alegria de Pã
havia um olhar triste e terno.
O mundo percebeu que parte do encanto
Da vida se perdeu, pois, Pã
Simboliza o universo,
a natureza humana e divina, Tudo.
Agora com o coração frustrado,
resolve deixar Siringe para trás,
mas com isso perde parte de si,
já que sua música nunca mais soará nas matas.
Febo num ato vingativo e de desdém,
por Pã o ter vencido numa disputa musical,
tripudia sobre o ânimo do Deus, iluminando-o,
para que todos possam ver sua tristeza.
Ah, pobre Pã!
Sentado, sobre uma grande rocha,
faz pouco caso de Apolo,
que guiando o carro solar segue a humilhá-lo
Diana, se apiedando do Sátiro,
se interpõe entre Apolo e Pã,
criando um enorme eclipse.
Muitos juravam ser o fim do mundo,
foi então que Pã diante de tal absurdo,
ergueu a cabeça,
Com as mãos eriçou os cabelos na fronte e sorriu,
pois não conseguia se conter
ao ver as pessoas assustadas
e lembrou de suas brincadeiras.
De súbito, o nobre Deus, salta,
sorri e corre para a floresta,
onde encontra uma bela ninfa
e sente o coração reaquecido.
Escondido nas moitas,
Pã a contempla, com um sorriso nos lábios
pronto pra se mostrar.

Alex Huche

domingo, 8 de junho de 2008

Enfrentando Moinhos

A Busca

Eu busco você pelo mundo,
mas não a encontro.
Procuro no firmamento sinais
que me levem ao seu rastro.
Quem é você?
Do alto da montanha grito ao mundo
que a espero, grande amor da minha vida.
Mas as palavras se vão com os ventos
e você não sai do meu pensamento,
deixando em meu peito um grande ardor.
Será tolice minha?
Não sei!
Mas olho para a lua cheia
a me encher de esperanças
e tento ver seu rosto
entre os astros brilhantes do céu.

Alex Huche

Aos Curingas



Vida de Curinga

.


Ser curinga é ser o mais forte

e ainda ssim não fazer parte de nada,

é não se curvar perante ao Rei

e falar-lhe a verdade

por pior que seja a punição,

e por vezes passar por engraçado,

é ser poeta, filósofo,

sonhador, um amante da vida

em toda a sua plenitude.

Ao contrário do que se pensa,

o Curinga não é um bobo,

mas um visionário,

que enxerga o que os outros

temem encarar.

Por isso eu sou um Curinga

na alma e no coração.

.


Alex Huche

quinta-feira, 5 de junho de 2008




Natimorto
.
Hei tô aqui, não está me vendo?
Sabe aquele dia em que você acordou de madrugada?
era eu ao teu lado, você não me via idiota,

mesmo acordado você continua a dormir.
Vou te dizer um segredo,
Sabe quando você sonha com o amor,
com o desejo,
com o fogo,
e não faz nada a respeito?
sou eu a lhe tentar.
Mas ainda assim você fica sonhando,
se apega ao nada
e o nada poderia ser tudo,
o inimaginável.
se covardia não mata também não deixa viver,
Só põe um gosto de nada no céu da boca,
a insatisfação com o hoje
e a ilusão do amanhã te cega.
Um abraço no vazio, um sorriso amarelo,
uma mão que não te abriga
e uma noite sem cor é o que te resta sem esse amor.
Mas não se iluda, tal como um sonho,
pela manhã, eu posso não estar aqui
Porque a vida tem pressa
e não é feita pra quem a teme viver.
.
Pamela e Alex Huche


Da série a quatro mãos e dois teclados em dois Estados.

Todo mundo tem sua lista



Para os que conhecem Tarô, basta uma carta.

A Lista
Oswaldo Montenegro

.
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais...
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar!
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar...
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?
Hoje é do jeito que achou que seria
Quantos amigos você jogou fora?
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender?
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber?
Quantas mentiras você condenava?
Quantas você teve que cometer?
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você?
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver?
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você?

.
.
Olhar para trás e não se orgulhar
é ter vivido em vão.
Olhar pro ontem e não conseguir projetar o amanhã
é não ter aproveitado as experiências da vida.
Pelo o que vale a pena sofrer?
Pelo o que vale a pena viver?
.

Saudades

Saudade
.
A saudade de você, o desejo de lhe ver
e o vazio em meu peito,
me levam a escrever tolices
enquanto você dorme.
A cidade calada, o vento em meu rosto
e meus pensamentos confusos,
me fazem derramar no papel
tudo que eu queria lhe dizer.
Guardo na memória,
coisas que nunca aconteceram,
o gosto do seu beijo,
o cheiro dos seus cabelos
e o toque da sua pele.
Agora o sol está nascendo,
nos garantindo o brilho de mais um dia
e eu aqui escervendo para você,
coisas que talvez você nunca leia.
.
Alex Huche

Covardia

Ecos
.
Eu ouço o choro das florestas
e sinto sua fauna escorrer
por entre nossos dedos.
Eu vejo o apelo das árvores
que lançam seus galhos para o céu,
pedindo a Deus
que intervenha junto ao homem
e cesse tal dizimação.
Eu sinto o gosto do azougue
que desce os rios poluindo tudo
e a todos, de maneira inexorável.
Sinto o cheiro das flores nativas,
que vem misturado com a poluição
das indústrias próximas desses paraísos.
Meu Deus, como podemos
presenciar tudo isso, a distância,
sem mostrar nossas armas para lutar
e sem nem ao menos, tentar lutar?
.
Alex Huche
.
Escrito no tempo da minha inocência, quando cria em Deus, quando cria nos homens e quando cria em mim.
Vida Longa a Floresta da Tijuca!!!

E no Mundo Mágico de Oz...





Oz em Nós

.
Na estrada amarela de Oz,

segui com a coragem e o coração,

não sabia bem, o que buscar,

pois meus pensamentos são confusos.

Você seguiu com a coragem e a razão,

e não sabia o que queria encontrar.

Cada um, em um trecho da estrada,

teve suas desilusões.

Mas a necessidade de seguir,

não nos deixou parar.

Num dia, nos encontramos.

Meu coração, de imediato,

se apaixonou por você,

mas a coragem me deixou.

Sua razão, mesmo encantada,

questionava tudo o que vivera

e sua coragem a abandonou, também.

Partimos juntos em busca

das coragens perdidas,

em direção ao Mágico de Oz.

Para nossa decepção,

nenhuma mágica podia nos ajudar.

Nos abraçamos, dormimos...

Quando acordei ao teu lado

vi que a minha coragem retornara

e pude ver o que tanto buscava,

a razão.

Agora, sigo até que tua coragem

retorne e te ajude perceber

o que lhe falta, o coração.

então, ambos com coragem,

poderão se completar,

no mundo mágico de OZ

.


Alex Huche









quarta-feira, 4 de junho de 2008

Borboletas



O Encantador de Borboletas

A manhã clara, o sol
e a água fresca do rio a deslizar pelo meu corpo
me fazem pensar em você,
em seus olhos, em seus lábios,

em seu rosto, em seu corpo...
trazendo-me a saudade de tudo que eu não vivi,
das juras não feitas
e das manhãs que sonhei com você.
Absorto, em êxtase, me pego a dizer seu nome
enquanto borboletas alçam vôo
e num Balé maravilhoso, dançam ao meu redor,
borboletas amarelas, brancas, azuis, lilás...
Borboletas de todas as cores e todos os tamanhos,
suas asas lépidas a beijar meu rosto,
parecem trazer-me um beijo seu.
E atendendo meus pensamentos,
partem floresta a dentro a procurar você.

Alex Huche

Chuvas



Chuvas


Estou trancado em mim mesmo,
meu quarto em silêncio
realça o som da chuva.
O dia se entristeceu com a falta de você
e a noite ameaça me abraçar.
Na esperança de você me salvar,
estendo as mãos
e percebo que você não vem.

A chuva cai forte.
A medida que meu coração se entristece,
as lágrima que vertem do céu
molham meu rosto.
Vem pra mim!

Alex Huche
.
..

"Diga lá, meu coração
conte as estórias das pessoas,
nas estradas dessa vida.
Chore esta saudade estrangulada
fale, sem você não há mais nada
olhe bem nos olhos da morena
e veja lá no fundo
a luz daquela primavera."

Gonzaguinha

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Medos, receios, temores, pavores e fobias

Se Puder Sem Medo
Oswaldo Montenegro
.
Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo.
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo.
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio.
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio.
Deixa o coração falar o que eu calei um dia.
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo.
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia.
Deixa tudo como está e se puder, sem medo.
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço.
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa.
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta.
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso.
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa.
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso.
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa.
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo.
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande.
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo.
Se o adeus demora a dor no coração se expande.
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa.
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência.
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta.
Deixa eu por à prova toda minha resistência.
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro.
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila.
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila.
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa.
Deixa um último recado na casa vizinha.
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa.
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha.
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia.
Deixa o que você calou e eu tanto precisava.
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia.
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava.

domingo, 1 de junho de 2008


Volte Para O Seu Lar
Composição: Arnaldo Antunes

Aqui nessa casa
Ninguém quer a sua boa educação
Nos dias que tem comida
Comemos comida com a mão
E quando a polícia, a doença,
a distância, ou alguma discussão
Nos separam de um irmão
Sentimos que nunca acaba
De caber mais dor no coração
Mas não choramos à toa
Não choramos à toa

Aqui nessa tribo
Ninguém quer a sua catequização
Falamos a sua língua,
Mas não entendemos o seu sermão
Nós rimos alto, bebemos
e falamos palavrão
Mas não sorrimos à toa
Não sorrimos à toa

Aqui nesse barco
Ninguém quer a sua orientação
Não temos perspectivas
Mas o vento nos dá a direção
A vida que vai à deriva
É a nossa condução
Mas não seguimos à toa
Não seguimos à toa

Volte para o seu lar!
Volte para lá!
Volte para o seu lar!
Volte para lá!
.
.
.
Àqueles que sabem que são indesejáveis, mas insistem em ficar mais um pouquinho.
Se liga, hein!