Apesar De Você
Chico Buarque
Composição: Chico Buarque
Amanhã vai ser outro dia
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda
Falando de lado e olhando pro chão.Viu?
Você que inventou esse Estado
Inventou de inventar
Toda escuridãoVocê que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar o perdão.
Apesar de você
amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder
Da enorme euforia?
Como vai proibir
Quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando
E a gente se amando sem parar.
Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido,Esse grito contido,
Esse samba no escuro.
Você que inventou a tristeza
Ora tenha a finezade “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado,
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar.
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria.
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença.
E eu vou morrer de rir
E esse dia há de vir antes do que você pensa.
Apesar de vocêApesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia.
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear, de repente,
Impunemente?
Como vai abafar
Nosso coro a cantar,
Na sua frente.
Apesar de você
Apesar de você
Amanhã há de ser outro dia.
Você vai se dar mal,
etc e tal,La, laiá, la laiá, la laiáÂ…Â….
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Só se eu estiver morto, só assim.
Querem Meu Sangue
Cidade Negra
Composição: Jimmy Cliff - Versão: Nando Reis
Cidade Negra
Composição: Jimmy Cliff - Versão: Nando Reis
Dizem que guardam bom lugar pra mim no céu
Logo que eu for pro beleléu.
A minha vida só eu sei como guiar
Pois ninguém vai me ouvir se eu chorar.
Mas enquanto o sol puder arder
Não vou querer meus olhos escurecer
Pois se eles querem meu sangue
Verão o meu sangue só no fim.
E se eles querem meu corpo
Só se eu estiver morto, só assim.
.
Meus inimigos tentam sempre me ver mal,
Mas minha força é como o fogo do Sol.
Pois quando pensam que eu já estou vencido
É que meu ódio não conhece o perigo.
Mas enquanto o Sol puder brilhar
Eu vou querer a minha chance de olhar.
Pois se eles querem meu sangue
Verão o meu sangue só no fim.
E se eles querem meu corpo
Só se eu estiver morto, só assim.
.
E eu vou lutar pra ter as coisas que eu desejo.
Não sei do medo, amor, pra mim não tem preço
Serei mais livre quando não for mais que osso,
Do que vivendo com a corda no pescoço.
Mas enquanto o Sol no céu estiver
Eu vou fechar meus olhos quando quiser.
Pois se eles querem meu sangue
Verão o meu sangue só no fim.
E se eles querem meu corpo
Só se eu estiver morto, só assim.
sábado, 4 de outubro de 2008
... e em casa, tudo bem?
Quem nunca brincou de roda ao som de “O Cravo e a Rosa”?
Inacreditável, o que se incute nas cabeças das crianças.
A Violência Doméstica é algo tão sério, que existem leis para proteger as mulheres de homens agressores, que descontam suas frustrações na companheira destruindo as relações de toda uma família, é bem verdade que nem sempre o agressor é o homem, muitos homens sofrem nas mãos de mulheres agressivas, que os humilham e mal tratam.
Inacreditável, o que se incute nas cabeças das crianças.
A Violência Doméstica é algo tão sério, que existem leis para proteger as mulheres de homens agressores, que descontam suas frustrações na companheira destruindo as relações de toda uma família, é bem verdade que nem sempre o agressor é o homem, muitos homens sofrem nas mãos de mulheres agressivas, que os humilham e mal tratam.
Existem diversos tipos de violência doméstica, nem sempre ocorre apenas a agressão física.
Observemos com o que brincam nossas crianças:
“O Cravo brigou com a rosa
“O Cravo brigou com a rosa
Debaixo de uma sacada
O Cravo ficou ferido
E a Rosa despedaçada
O Cravo ficou doente
A Rosa foi visitar
O Cravo teve um desmaio
A Rosa pôs-se a chorar"
E por falar em relações veja o caso de “Ciranda Cirandinha”, como as crianças aprendem a amar se além de brincarem ao som de “O Cravo e a Rosa”, cantam, também a “Ciranda Candinha”, que fala de um amor falso, tal e qual um anel de vidro, gerando assim uma descrença no amor. Como crescer crendo no amor? Assim se torna tudo muito mais difícil.
“O Anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou”
“O Anel que tu me destes
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou”
Onde está o mundo de fantasias?
Onde estão os sonhos?
Alex Huche
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
O Lelê
Quando criança, brincava inocentemente ao som de Samba Lelê, mais uma cantiga de roda.
A pouca idade e parca experiência, não me deixava ver a mensagem que realmente havia por trás de tão inocente cantiga.
Hoje a considero a mais perniciosa de todas, pois além de falar de um período vergonhoso da nossa história, o da escravidão, nos mostra como os negros eram tratados e como o “poder branco”, tentou manter vivo seus ideais, violentos e preconceituosos.
Como podemos perceber na cantiga, Samba Lelê é uma negrinha escrava, que está doente, com a cabeça quebrada e por isso não consegue trabalhar e o locutor, fazendo pouco do problema de Samba Lelê, afirma que o que ela precisava de fato para trabalhar era de umas boas lambadas.
“Samba Lelê está doente
Está com a cabeça quebrada
Samba Lelê precisava
De umas dezoito lambadas
Samba , samba, Samba ô Lelê”
Num País “Democrático” e “livre” de tal mancha na nossa sociedade que é a escravidão, como continuar ensinando as crianças que as pessoas devem ser submetidas a maus tratos para trabalhar. Onde estão os direitos humanos?
A pouca idade e parca experiência, não me deixava ver a mensagem que realmente havia por trás de tão inocente cantiga.
Hoje a considero a mais perniciosa de todas, pois além de falar de um período vergonhoso da nossa história, o da escravidão, nos mostra como os negros eram tratados e como o “poder branco”, tentou manter vivo seus ideais, violentos e preconceituosos.
Como podemos perceber na cantiga, Samba Lelê é uma negrinha escrava, que está doente, com a cabeça quebrada e por isso não consegue trabalhar e o locutor, fazendo pouco do problema de Samba Lelê, afirma que o que ela precisava de fato para trabalhar era de umas boas lambadas.
“Samba Lelê está doente
Está com a cabeça quebrada
Samba Lelê precisava
De umas dezoito lambadas
Samba , samba, Samba ô Lelê”
Num País “Democrático” e “livre” de tal mancha na nossa sociedade que é a escravidão, como continuar ensinando as crianças que as pessoas devem ser submetidas a maus tratos para trabalhar. Onde estão os direitos humanos?
Alex Huche
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