quinta-feira, 2 de abril de 2009

Índia IX - Kali, a deusa negra

Kali é ma das manifestações de Parvati e está entre as divindades mais cultuadas no Hinduísmo. È uma deusa muito antiga e a ela ainda são realizados sacrifícios animais e antigamente os sacrifícios eram humanos. Até o século XIX, seus seguidores os Thugs, acreditavam que seguidores de outros deuses eram demônios disfarçados de gente, então eles se aproximavam dessas pessoas, faziam amizade e quando ganhavam sua confiança, as estrangulavam e em ritual as cortavam em diversas partes, na maioria das vezes, suas vítimas eram pessoas de castas inferiores. Para não deixar pistas do “crime”, as vítimas eram enterradas e os Thugs dançavam sobre o “túmulo” para achatar a terra. Tal prática, foi extinta no século XIX, pois os Thugs passaram a ser caçados na Índia pelos ingleses.



Conta o mito que o Assura Raktabija tinha o poder, dado por Brahma em gratidão por sua dedicação, que o protegia de ser destruído. Se seu sangue fosse derramado, dele nasceria um clone mais poderoso ainda. Raktabija, desafiou os deuses, que ao lhe ferirem, viram surgir novos demonios idênticos, mas cada vez mais poderosos. Então pediram a Parvati que evocasse Durgha para combater o exército de Raktabijas. A batalha se seguiu e a quantidade de demônios só aumentava. Furiosa diante de tal situação, Durgha se torna Kali, uma deusa de pele escura e com uma língua grande e vermelha, que arranca a cabeça do Demônio e bebe todo seu sangue e passa a caçar e a matar todos os demônios que encontra, fazendo um colar de cabeças e uma saia de braços de sua vítimas. Com o fim da luta um novo problema surgiu, Kali ficou tão eufórica que passou a dançar freneticamente e tão forte que seus movimentos passaram a ameaçar a existência do universo. Para evitar que os mundos fossem destruídos, Shiva, seu esposo, deitou sob os seus pés enquanto a deusa dançava até que ela se acalmasse.
Mas Kali não é uma deusa do mal pois, na verdade, seu papel de ceifadora de vidas é absolutamente indispensável para a manutenção do mundo. Seus devotos são recompensados com poderes paranormais e com uma morte sem sofrimentos.

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