sexta-feira, 30 de maio de 2008

Chuvas





A Chuva e Pã



Ante ao Alfeu, rio de águas puras e cristalinas,

que descem suavemente através da mata

batendo nas folhas, no mato,

rolando as pedras...

Quem poderia imaginar?

Um homem-bode sentado

toca sua flauta mansamente

e a lua brilha ao fundo,

os pássaros quietos o espiam...

Um vento sopra vagarosamente.

As folhas sobem,

os pássaros se agitam

e o Sátiro quieto, espera o encontro.

A lua se esconde trazendo a escuridão,

um vento revolto sopra

em seus cabelos desgrenhados,

trazendo-lhe um cheiro de amor

e de terra molhada anunciando que ela,

a tempestade, estava chegando.

A chuva cobriu o corpo de Pã,

ficaram assim por um bom tempo,

Pã tocando sua flauta

com a chuva banhando seu corpo

e o vento a bailar com as folhas da floresta.

O rio cresceu com as águas da chuva,

desce apressado e às vezes fica manso,

quieto, sereno em busca de Aretusa.

A lua reclamou seu reino noturno

pedindo para voltar.

O vento espantou as nuvens e a chuva se foi.

Pã, de cabeça baixa estendeu o braço

numa tentativa inútil de deter sua partida,

sentindo apenas uma última gota

a beijar-lhe a palma da sua mão,

nesse momento,

o Sátiro sorriu e correu feliz voltando para a mata,

no céu a lua voltou areinar

e o Alfeu continuou a correr em busca do seu amor.



Alex Huche


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