Ana Maria A. Spencer
Soneto da Esperança
Quando, por fim, termina a esperança,
o que sobra em nosso peito
é a fumaça de um fogo desfeito
que sem calor nos alcança.
Quando termina o anseio do clamor
vem um vazio inulto,
de um silêncio impoluto,
trazido pelo frio das noites sem amor.
Para mim tudo era um misto de sonho e pó,
levando-me ao desespero de estar só,
vendo meu dia anoitecer.
Mas se um dia ela voltar (e há de acontecer)
que me venha como a frágil Aurora,
linda, rósea e suave como fora outrora.
Alex Huche
Aurora, deusa de longos dedos róseos, que descortinava o amanhecer. Nada como o olhar de Homero sobre o mundo.
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