domingo, 20 de abril de 2008

Esperança


Ana Maria A. Spencer



Soneto da Esperança



Quando, por fim, termina a esperança,

o que sobra em nosso peito

é a fumaça de um fogo desfeito

que sem calor nos alcança.




Quando termina o anseio do clamor

vem um vazio inulto,

de um silêncio impoluto,

trazido pelo frio das noites sem amor.




Para mim tudo era um misto de sonho e pó,

levando-me ao desespero de estar só,

vendo meu dia anoitecer.




Mas se um dia ela voltar (e há de acontecer)

que me venha como a frágil Aurora,

linda, rósea e suave como fora outrora.




Alex Huche







Aurora, deusa de longos dedos róseos, que descortinava o amanhecer. Nada como o olhar de Homero sobre o mundo.

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