segunda-feira, 16 de junho de 2008

E na Arcádia...



Recomeço de Pã

Por milênios, Pã tocou em Siringe,
contra a sua vontade, belíssimas canções
que encantaram tantas mulheres por todo esse tempo.
Agora o Deus Sátiro se revoltou,
pois o que ele mais queria
era ser feliz e amado,
Por trás de toda alegria de Pã
havia um olhar triste e terno.
O mundo percebeu que parte do encanto
Da vida se perdeu, pois, Pã
Simboliza o universo,
a natureza humana e divina, Tudo.
Agora com o coração frustrado,
resolve deixar Siringe para trás,
mas com isso perde parte de si,
já que sua música nunca mais soará nas matas.
Febo num ato vingativo e de desdém,
por Pã o ter vencido numa disputa musical,
tripudia sobre o ânimo do Deus, iluminando-o,
para que todos possam ver sua tristeza.
Ah, pobre Pã!
Sentado, sobre uma grande rocha,
faz pouco caso de Apolo,
que guiando o carro solar segue a humilhá-lo
Diana, se apiedando do Sátiro,
se interpõe entre Apolo e Pã,
criando um enorme eclipse.
Muitos juravam ser o fim do mundo,
foi então que Pã diante de tal absurdo,
ergueu a cabeça,
Com as mãos eriçou os cabelos na fronte e sorriu,
pois não conseguia se conter
ao ver as pessoas assustadas
e lembrou de suas brincadeiras.
De súbito, o nobre Deus, salta,
sorri e corre para a floresta,
onde encontra uma bela ninfa
e sente o coração reaquecido.
Escondido nas moitas,
Pã a contempla, com um sorriso nos lábios
pronto pra se mostrar.

Alex Huche

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